segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um breve resumo da evolução do Cinema Brasileiro

O cinema brasileiro tem inicio na útima década do século XIX, com a produção de um curta-metragem com imagens da Baia de Guanabara. Em verdade, os primeiros anos do cinema no Brasil foram conturbados, uma vez que o fornecimento de energia elétrica era bastante precário, o que tornava difícil a exibição das fitas. As películas exibidas nessa época assemelhavam-se bastante com as de outros paises, baseando-se em documentários com imagens de teatro, paisagens e animais.
A “Bela Época” do cinema brasileiro ocorre no início do século XX, mais precisamente entre 1905 e 1923, quando foram realizados os primeiros filmes de ficção, muitos baseados em óperas, trazendo a moda do “cinema cantado”, no qual os artistas iam para a parte de trás da tela e acompanhavam as imagens com a voz.
Até então, essas produções se limitavam ao Rio de Janeiro e a São Paulo, porém, a partir de 1923, começa a se estender para outros centros, como Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Dessa época ganha destaque aquele que foi considerado o primeiro grande cineasta do Brasil, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), com obras em parceria com o fotógrafo italiano Pedro Comello, como “Os três irmãos”, de 1925, e “Na primavera da vida", de 1926.
Em 1930, idealizada por Adhemar Gonzaga, é fundada no Rio de Janeiro a Cinédia, o primeiro estúdio cinematográfico do país, e com ele as Chanchadas, filmes carnavalescos de apelo popular e sátiras de filmes hollywoodianos. Logo depois, surge a Atlântida, que, além de consolidar o gênero, lançou nomes como Oscarito, Zé Trindade e Grande Otelo.
Até meados dos anos 1950, as Chanchadas dominaram o mercado cinematográfico, mais precisamente até a metade da década, quando em São Paulo, surge a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que começa a produzir filmes com histórias mais elaborada, renegando a Chanchada, dando início ao movimento do cinema industrial paulista, que não obteve o sucesso esperado. O Brasil não tinha dinheiro nem qualificação técnica para fazer cinema nos moldes norte-americanos. Era preciso fazer um cinema “genuinamente brasileiro”, com temática brasileira, para que os brasileiros se vissem e se identificassem nas telas. O sonho não tardou a se realizar.
No final desta década de 1950 e no início da década seguinte, inaugura-se o mais importante movimento do cinema brasileiro: o Cinema Novo, inspirado na Nouvelle Vague Européia, cujo lema “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” mostrava que os idealizadores deste movimento tinham como objetivo trazer à tona os problemas políticos e sociais do país, como no filme “Vidas secas”, 1963, de Nelson Pereira dos Santos.
Considerado o grande cineasta desse movimento, Glauber Rocha tem como maior característica a estética experimental em seus filmes, opondo-se aos padrões do cinema norte-americano. A década de 60 pontua também o início da carreira internacional do cinema brasileiro com o filme “O pagador de promessas”, 1962, de Anselmo Duarte, que conquistou a “Palma de Ouro” em Cannes e concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Os anos que se seguiram forma marcados por um regime ditatorial, que censurou diversas obras impondo limites político-ideológicos. Nesse contexto, nasce o “Cinema Marginal”.
 As décadas de 70 e 80 apontam também para uma política estatal do fomento ao cinema, através da Embrafilme. Nasce as pornochanchadas, gênero de histórias pouco elaboradas que ganhou grande popularidade devido ao forte apelo erótico. Essa era uma forma de entreter o público e mantê-lo distante das questões de injustiça social. No início da década de 1990 o cinema brasileiro conheceu a sua pior fase. Durante o governo Collor, a Embrafilme, as leis de incentivo à produção e até mesmo os órgãos encarregados de produzir estatísticas sobre o cinema no Brasil foram extintos. Com isso, o cinema brasileiro entrará num declive de produção quantitativa e qualitativa. A revitalização do cinema nacional no final da década de 90 em diante, promovida pela abertura política e a partir da criação da nova lei do Audiovisual, incentivou a produção de filmes consagrados como “A Guerra de Canudos” e “Zuzu Angel”, ambos de Sérgio Rezende e “Central do Brasil”, de Walter Salles, ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim e do Globo de Ouro.
(Extraído do fascículo: ENEM Intensivo - Mundo das Artes)