O cinema brasileiro tem inicio na útima década do século XIX, com a produção de um curta-metragem com imagens da Baia de Guanabara. Em verdade, os primeiros anos do cinema no Brasil foram conturbados, uma vez que o fornecimento de energia elétrica era bastante precário, o que tornava difícil a exibição das fitas. As películas exibidas nessa época assemelhavam-se bastante com as de outros paises, baseando-se em documentários com imagens de teatro, paisagens e animais.
A “Bela Época” do cinema brasileiro ocorre no início do século XX, mais precisamente entre 1905 e 1923, quando foram realizados os primeiros filmes de ficção, muitos baseados em óperas, trazendo a moda do “cinema cantado”, no qual os artistas iam para a parte de trás da tela e acompanhavam as imagens com a voz.
Até então, essas produções se limitavam ao Rio de Janeiro e a São Paulo, porém, a partir de 1923, começa a se estender para outros centros, como Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Dessa época ganha destaque aquele que foi considerado o primeiro grande cineasta do Brasil, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), com obras em parceria com o fotógrafo italiano Pedro Comello, como “Os três irmãos”, de 1925, e “Na primavera da vida", de 1926.
Em 1930, idealizada por Adhemar Gonzaga, é fundada no Rio de Janeiro a Cinédia, o primeiro estúdio cinematográfico do país, e com ele as Chanchadas, filmes carnavalescos de apelo popular e sátiras de filmes hollywoodianos. Logo depois, surge a Atlântida, que, além de consolidar o gênero, lançou nomes como Oscarito, Zé Trindade e Grande Otelo.
Até meados dos anos 1950, as Chanchadas dominaram o mercado cinematográfico, mais precisamente até a metade da década, quando em São Paulo , surge a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que começa a produzir filmes com histórias mais elaborada, renegando a Chanchada, dando início ao movimento do cinema industrial paulista, que não obteve o sucesso esperado. O Brasil não tinha dinheiro nem qualificação técnica para fazer cinema nos moldes norte-americanos. Era preciso fazer um cinema “genuinamente brasileiro”, com temática brasileira, para que os brasileiros se vissem e se identificassem nas telas. O sonho não tardou a se realizar.
No final desta década de 1950 e no início da década seguinte, inaugura-se o mais importante movimento do cinema brasileiro: o Cinema Novo, inspirado na Nouvelle Vague Européia, cujo lema “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” mostrava que os idealizadores deste movimento tinham como objetivo trazer à tona os problemas políticos e sociais do país, como no filme “Vidas secas”, 1963, de Nelson Pereira dos Santos.
Considerado o grande cineasta desse movimento, Glauber Rocha tem como maior característica a estética experimental em seus filmes, opondo-se aos padrões do cinema norte-americano. A década de 60 pontua também o início da carreira internacional do cinema brasileiro com o filme “O pagador de promessas”, 1962, de Anselmo Duarte, que conquistou a “Palma de Ouro” em Cannes e concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Os anos que se seguiram forma marcados por um regime ditatorial, que censurou diversas obras impondo limites político-ideológicos. Nesse contexto, nasce o “Cinema Marginal”.
(Extraído do fascículo: ENEM Intensivo - Mundo das Artes)
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